Desconcerto

Paisagem
Cláudio Trindade - 2007
Dimensões variadas


Uma cadeira e um quadro emoldurado. Um móvel e uma obra de arte: é supostamente esta mistura, esta impureza, que nos deixa um pouco desconcertados diante deste trabalho. Por sinal, parece sempre haver este “desconcertar-se” diante dos objetos de Cláudio Trindade. As coisas já não são mais as mesmas. Tornaram-se outras: no uso, no aspecto, na presença. Há uma expectativa frustrada em toda contemplação proposta por Trindade. Essa cadeira que já não serve para sentar, mas sim para compor junto a um quadro. A moldura branca também não enquadra aquilo que esperamos: não é uma tela, uma obra de arte (uma virtuose), mas sim linhas horizontais tecidas com material de cadeiras de praia. As mesmas linhas que também são vistas na própria cadeira abaixo da moldura. É assim: o desconcertante entra na obra de arte, instala-se como quem se senta a beira-mar para apanhar sol em um dia nublado. [F.C.B]

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