Usualmente ele lida com fantasmas. Sobreposição de hélices de sistemas de ventilação para computadores (coolers) e lupas conjugadas a uma fonte de luz. Ele constrói imagens assombradas no interior do mal assombrado corredor do Palácio Cruz e Sousa. Assiste-se - entre os fios elétricos dispostos sem quaisquer preocupação, a não ser a de demonstrar o excesso e o próprio modo como as coisas se passam – a um mecanismo que acaba por projetar uma imagem na parede. Eis que surge a pintura em movimento, a partir da escultura tresloucada – com direito ao jogo entre o claro e o escuro. Sem ele, não haveria imagem. Afinal, a luz depara-se com anteparos materiais (lupas, ventoinhas) e acaba servindo para criar zonas de sombras. E é no interior destas zonas sombreadas que se passa o fantástico, o assombrado: duas hélices se superpõem e na sua intersecção percebe-se a diferença de velocidades. Sutil, Roberto Freitas.
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