O post "Da caretice institucionalizada - de novo", tratava-se de um e-mail que eu havia enviado a Ana Lúcia Vilela que, dentre outras coisas, criticava a postura observada na entrevista de C. Tejo a Néri Pedroso, publicada no site Net Processo. Pois bem, Ana Lúcia Vilela me respondeu a este e-mail de maneira mais crítica ainda. Pedi sua permissão e ela autorizou publicá-la. Segue abaixo [F.C.B]
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De qualquer modo acho que a questão é mais embaixo. Por exemplo quando a Tejo demostra os tramites dela e do artista para transporte do colar de marijuana. ela diz que há a criação de uma tensão gerada nos limites entre o campo da arte e o campo da lei/estado/crime, sei lá mais o quê...
bobagem pura. O que há é uma negociação/agenciamento (e aqui desenvolvo uma crítica a esses termos/procedimentos para a arte) para fazer espetáculo sem correr os devidos riscos. Quando Hélio coloca a turma da mangueira com os parangolés no museu, o faz sem negociação, aí sim há a excitação de contradições. O Hélio tinha relações com bandidos e corria todos os riscos que essas relações impõem. Agora olha a diferença: o cara quer tranportar droga ilegal sem correr risco algum, sendo respaldado pelas instituições artísticas.
o Zizek fala disso, de que na contemporaneidade queremos elimiar os riscos da vida. Ele faz troça dos cafés descafeinados, doces sem açúcar, sexo sem risco como o sexo virtual. par ele isto não constitui uma relação efetiva, mas uma fuga dela. Covardia pura! Neste sentido prefiro até as experifmentações mais formais. Elas são mais sinceras.
[Ana Lúcia Vilela]
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