Há pouco mais de um mês escrevi um texto sobre o Espaço Contramão (vide postagem acima, intitulada "Fragmento sobre 'Queimando a Cuca'"), projeto migrante que propõem exposições e projetos de arte onde o curador é aquele quem cede a casa ou local do evento. Ontem, encontrei Cássio Ferraz e conversamos rapidamente. Tenho bastante interesse em seu trabalho desde “Queimando a Cuca”, sua proposta para o Espaço Contramão. Falei-lhe que havia gostado bastante da idéia – de se fazer uma cuca dentro do objeto de Ricardo Basbaum, chamando a comunidade para participar, tornando uma proposição artística em vivência, em relações humanas, etc. – e que havia escrito um pequeno comentário sobre a proposta no texto publicado em final de junho sobre o Espaço Contramão. Após lhe dizer isto, Cássio rebateu que este era um problema: “Queimando a cuca” foi e é abordado dentro dos parâmetros do Contramão. E isso quer dizer, e aqui já é uma fala minha, que mesmo dentro da proposta alternativa do Contramão, criam-se parâmetros, comparações entre as exposições, reduzindo por vezes uma idéia a outra (perigo, por sinal, alertado há muito tempo por Henri Bergson que dizia "meu método é não ter método"...). Cássio colocou-me o desafio de pensar “Queimando a Cuca” por ela mesma, independente da mão ou da contramão em que estava transitando. Espero poder desenvolver a provocação de Cássio.