Revirando a noite, revelando o dia. Há muitos anos, mantínhamos, eu e alguns colegas, o hábito de perambular e ficar pelo Centro. Tínhamos uma base operacional, na rua Visconde de Ouro Preto, o apto. de um caro amigo chamado Chuchu. Tomávamos vinho, andávamos pela cidade, colocávamos caixas de som na janela do apto. para protestar contra a Prefeitura, entre outras coisas. Uma mistura de poesia com política com vinho com música que criava sentidos bastante divertidos e também críticos.
Fomos até certo ponto. Nem perto do que faz, atualmente, o Instituto Topofílico (IT). Um grupo de amigos, que gosta de andar, descobrir e fazer uso do espaço público do Centro da cidade. Em suas ações, percebem que o espaço não é tão público assim e que brincar com a cidade é algo sério. São amigos dos espaços, como já diz o nome, que, por sinal, traz um embuste ao se auto-intitular “Instituto”. Mesmo sem CNPJ, o Instituto Topofílico faz mais do que muitas associações, fundações e institutos juntos. O IT fundou uma rede criativa e relacional que atua no Centro da cidade. Elegeu espaços como a Travessa Ratcliff como bases operacionais, tornando públicas relações e propostas de intervenção na cidade. Vivem de sucessos e fracassos: Festival de Outono na escadaria do Teatro da UBRO estrondosa; ação no Parque da Luz chuvosa. Seus membros também são variáveis, ora estão, ora não. É uma associação livre de pessoas se envolvendo na cidade, criando momentos críticos e situações de encontro e também de desencontro.