biscoito fino

quando me refiro à falência, nem me refiro aos números, fernando, mas penso na maneira como aquilo que é feito chega até as pessoas, como as discussões vão sendo conduzidas. nesse sentido, acho que a falência possui certa peculiaridade em nosso estado, sim. tenho acreditado, cada vez mais, em posturas positivas - acho que a melhor maneira de lamentar se dá na construção de uma diferença. penso que não importa se dez pessoas ou duas mil pessoas estão participando de algo, visitando um museu ou lendo um livro, mas que esse algo signifique e complexifique alguma coisa na vida dessas pessoas, que exista uma potência naquilo. (na verdade, eu acho que importa, sim, o número das coisas, principalmente para as instituições, mas não saberia discutir isso sem sair do senso-comum, pois sou mais afetivo que político).

e não tenho tanta certeza, mas não lembro do tempo em que a arte foi algo presente na vida das massas. quer dizer, o biscoito fino às massas de oswald parece um sonho modernista frustrado, não te parece? leminski também dizia: poesia não vende, e é bom mesmo que não venda. pois talvez o vender, da maneira como vão as coisas, signifique não a grande vida da poesia, da arte, uma espécie de salvação, mas justamente sua morte. isso não parece a você?

[V.R]

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